Doença de Parkinson - sintomas e tratamento não medicamentoso

A Doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, progressiva, cuja incidência aumenta após os 60 anos de idade, sendo 70,5 anos a idade média no diagnóstico.(1) A prevalência é estimada em 129 casos a cada 100.000 pessoas e no ano de 2021 a prevalência global estimada foi de 11,8 milhões de pessoas acometidas pela doença.(2)

É uma doença complexa que envolve manifestações motoras e também manifestações não motoras. Vários sintomas não motores são relatados pelos pacientes antes do início dos sintomas motores clássicos, sendo chamados de sintomas prodrômicos por preceder as manifestações motoras por anos. Os sintomas que receberam mais atenção como marcadores prodrômicos são: Transtorno Comportamental do Sono REM (TCREM), caracterizado por vocalizações, movimentos bruscos, socos, chutes que o/a paciente apresenta devido à perda da atonia normal (paralisia muscular) do sono REM; constipação intestinal e hiposmia/disfunção do olfato. Muitos outros sintomas não motores também foram relatados como sintomas iniciais, incluindo urgência urinária, disfunção sexual, depressão, ansiedade, comprometimento da visão de cores e disfunção neurocognitiva.(1) As características motoras principais são bradicinesia (lentidão generalizada de movimento) e rigidez (resistência aumentada ao movimento passivo em torno de uma articulação) e/ou tremor de repouso. Embora a instabilidade postural seja frequentemente mencionada como uma quarta característica, ela normalmente ocorre muito mais tarde na doença, não sendo incluída como uma característica motora central nos critérios diagnósticos.

É de suma importância a avaliação médica para investigação, diagnóstico e instituição de tratamento medicamentoso adequado, levando em consideração a individualidade de cada caso. 

São imprescindíveis as orientações e informações a/ao paciente, familiares e cuidadores sobre as medidas não farmacológicas, as quais envolvem tanto o quadro físico, como emocional e social (3):

-Apoio social e emocional: grupos de apoio, acompanhamento psicológico e de assistência social (a/ao paciente e também aos familiares e cuidadores).

-Exercício físico e Fisioterapia: os quais comprovadamente ajudam a retardar a progressão dos sintomas motores (4), melhorar os sintomas não motores e a qualidade de vida, aliviar alguns efeitos ortopédicos secundários da rigidez e postura flexionada, como dor no ombro, quadril e costas.

-Treinamento mente-corpo: yoga, meditação, mindfulness (atenção plena)

-Acompanhamento Fonoaudiólogico: para estímulo a intensidade vocal, fonação e acompanhamento da capacidade de deglutição

-Acompanhamento Nutricional

-Terapia Ocupacional: Terapeutas ocupacionais podem trabalhar com os pacientes para adaptar atividades, introduzir dispositivos de assistência e mudar o ambiente para promover a segurança e o engajamento contínuo nas atividades diárias.

A perspectiva de ter uma doença neurológica crônica e progressiva é assustadora. O cuidado multiprofissional e a orientação a respeito do diagnóstico e das formas de tratamento são essenciais para proporcionar aos pacientes, familiares e cuidadores compreensão e suporte para suas necessidades físicas, sociais e emocionais.

Desta forma é possível viver com mais autonomia e dignidade.

Referências:

1- JANKOVIC, Joseph. Clinical manifestations of Parkinson disease. UpToDate, 2024. Disponível em: https://sso.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-of-parkinson-disease. Acesso em: 11 abr. 2025.

2- STOESSER, Rachel; OLANOW, C. Warren. Epidemiology, pathogenesis, and genetics of Parkinson disease. UpToDate. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/epidemiology-pathogenesis-and-genetics-of-parkinson-disease. Acesso em: 11 abr. 2025.

3- FLEISHER, Jori. Nonpharmacologic management of Parkinson disease. In: WADIA, Pooja (ed.). UpToDate. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/nonpharmacologic-management-of-parkinson-disease. Acesso em: 11 abr. 2025.​UpToDate

4- TSUKITA, Kazuto; SAKAMAKI-TSUKITA, Haruhi; TAKAHASHI, Ryosuke. Long-term effect of regular physical activity and exercise habits in patients with early Parkinson disease. Neurology®, v. 98, p. e859–e871, 2022. DOI: 10.1212/WNL.0000000000013218.

*O material tem caráter informativo e não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico, autotratamento ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sua médica/seu médico.