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Bruna Pedrozo Festa Médica Neurologista
               CRM SC 30877 - RQE 20626

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Epilepsia e prática de yoga

  • Bruna Pedrozo Festa
  • 21 de abr. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 9 de jun. de 2024


A eficácia do yoga na redução do estigma sentido em adultos com epilepsia: um ensaio clínico randomizado - Publicada na edição on-line da Neurology® (revista médica da Academia Americana de Neurologia)




A epilepsia acomete cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, estando 40 milhões delas em países em desenvolvimento. Embora seja um problema predominantemente tratável, nestes países grande parte dos pacientes permanece sem tratamento, sendo provavelmente uma das principais causas o estigma que atinge as pessoas com epilepsia (1).

Na Índia foi feito um ensaio clínico para investigar se prática de yoga e psicoeducação eram eficazes na redução dos sentimentos de estigma sobre a doença, redução dos sintomas neuropsiquiátricos e da frequência de crises convulsivas (2).

Foram avaliados e acompanhados 160 pacientes com epilepsia com idades entre 18 e 60 anos, com histórico de apresentar em média uma crise convulsiva na semana e tomar pelo menos dois medicamentos anti-crise. Eles foram designados aleatoriamente para receber por um período de 3 meses prática de yoga e psicoeducação (grupo intervenção) ou simulação de prática de yoga e psicoeducação (grupo controle).

A prática de yoga incluía exercícios de relaxamento muscular, respiração, meditação e afirmações positivas. A prática de yoga simulada consistia em exercícios que imitavam os mesmos exercícios de yoga, mas os participantes não receberam instruções sobre dois componentes principais que se acredita induzirem uma resposta de relaxamento: respiração lenta e sincronizada e atenção aos movimentos e sensações do corpo durante a prática. Cada grupo recebeu sete sessões supervisionadas de 45 a 60 minutos durante três meses e os participantes também foram convidados a praticar sessões em casa pelo menos cinco vezes por semana durante 30 minutos. Uma limitação do estudo foi que os participantes relataram a frequência das crises convulsivas que apresentavam e podem não ter se lembrado de todas as informações com precisão.

Após os três meses de prática de yoga, os participantes foram acompanhados por mais três meses e no final do período de acompanhamento foi evidenciado que o grupo que recebeu prática de yoga e psicoeducação apresentou redução significativa no sentimento de estigma sobre a doença, probabilidades significativamente maiores de redução de crises convulsivas e melhora significativa nos sintomas de ansiedade, comprometimento cognitivo, atenção plena e qualidade de vida.


São imprescindíveis o acompanhamento médico neurológico e o uso adequado de medicamentos anti-crise de acordo com o caso de cada paciente. Associar a prática de yoga para auxílio na melhoria da qualidade de vida dos pacientes é uma possibilidade e deve ser acompanhada por profissionais capacitados.



Referências:

(1) - Neto JG, Marchetti RL. Epidemiologic aspects and relevance of mental disorders associated with epilepsy - Braz. J. Psychiatry 27 (4) • Dez 2005

(2) - Kaur K, et al. Effectiveness of Yoga Intervention in Reducing Felt Stigma in Adults With Epilepsy - Neurology Journals - November 8, 2023




*O material tem caráter informativo e não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico, autotratamento ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sua médica/seu médico.



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